A gente se conhece há muito, muito tempo mesmo. Do tempo em que a vida era só uma brincadeira boa e divertida...
Eu aprendo muito com ela, e graças a santa tecnologia voltamos a ter contato diário!
O dia hoje está perfeito e reflete exatamente o que essa menina-moça é, porque seu sorriso faz o sol se abrir em dias nublados!
Lembro-me da gente no telefone um dia desses, eu do lado de cá chorando, chorando como uma criança e ela dizendo que queria estar perto pra me dar um colinho... rs Eu sei, eu sei, deveria ser o contrário...
Amiga, a última lembrança que tenho nossa é de um dia lindo de sol e de nós cantarolando na estrada... ADORO A CENA!
Amo você, obrigada por fazer parte da minha estória, pela adolescência maravilhosa, por partilhar tanta vida comigo.
Foi com o peito ainda dilacerado pelo fim do seu casamento que Flávia M. entrou no Museu de Arte de Montevidéu. Quis ver uma exposição temporária de máscaras africanas, sem compromisso, durante uma viagem rapidamente providenciada pela família para que ela pudesse se distrair e relaxar. Ao examinar máscaras e utensílios expostos, seus olhos foram bater numa cuia ritual usada numa cerimônia realizada para aliviar o sofrimento.
A cuia era mergulhada num grande recipiente com um líquido amargo e passada de mão em mão para que cada um dos integrantes da tribo sorvesse sua parte e a passasse adiante. “Saber que a dor que estava sentindo não iria durar para sempre me aliviou demais.
Vi que era minha hora de beber da cuia, mas que, depois, ela seria passada à frente, para que outra pessoa pudesse experimentála”, conta Flávia. Quer dizer, de uma vez só e num curto passeio, a moça aprendeu algumas das grandes lições da vida: que o sofrimento nos torna iguais enquanto seres humanos, que todos passamos por ele e que exatamente por haver provado desse gosto é que podemos ser solidários com quem experimenta seu quinhão de amargor. A dor da perda pode sintetizar todas as dores. Ou seja, algo que se tinha como garantido simplesmente nos escorreu pelos dedos e não dá mais para recuperar. Acabou-se. Seja a perda de um amor, seja de um trabalho, da saúde, do prestígio ou da autoestima, enfim, de qualquer coisa que julguemos nossa, o fato é que nos encontramos diante da dor inexorável de quem perdeu. E esse sentimento pode nos afetar profundamente. A sabedoria, porém, está em saber que há diferentes maneiras de viver e reagir diante da perda, e ao doloroso período que a segue. É útil que conheçamos ao menos algumas delas.
Porque, mais cedo ou mais tarde, vai nos chegar a hora da cuia.